sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Revolução Americana - Locais (Boston) - Christ Church "Igreja de Cristo"


Hoje em dia, é conhecida como "Old North Church" (caso você seja um leigo linguístico, a tradução seria algo como "Velha Igreja do Norte"), porque é a igreja mais antiga do norte de Boston, mas até 1776, foi conhecida pelo nome oficial, Christ Church, em homenagem a Jesus Cristo, um ex-carpinteiro bem famoso.

Esse lugar onde, na noite da cavalgada de Paul Revere, dois faróis de sinalização apareceram para alertar os rebeldes na margem oposta que os soldados britânicos estavam a caminho para apreender armas. O sinal foi ideia de Paul Revere, dois faróis de sinalização apareceram para alertar os rebeldes na margem oposta que os soldados britânicos estavam a caminho para apreender armas. O sinal foi de Paul Revere, mas ao contrário da crença popular, os faróis não eram um sinal enviado para ele. Eles foram feitos para alertar os vigias na margem oposta, caso Revere fosse capturado.

Esta igreja foi uma escolha natural para uma chama de aviso: era a mais alta torre em Boston e facilmente vista do outro lado do rio. E melhor ainda, a igreja era anglicana - a congregação estava cheia legalistas ricos. Quem iria suspeitar que o sacristão de lá (Robert Newman, um amigo de Revere) entraria na igreja durante a noite para enviar mensagens secretas?

Os britânicos, é claro. Eles capturaram Newman alguns dias depois e o interrogaram. Ele deu um show fantástico e conseguiu convencê-los de que era inocente - e logo depois fugiu da cidade, o que acabou não sustentando aquela coisa de ser "inocente".

Revolução Americana - Locais (Boston) - Boston Neck "Pescoço de Boston"

 

No século 18, a única rota terrestre de Boston era através de uma estreita faixa de terra chamada "Pescoço de Boston".

As pessoas sempre falam do coração da África, é claro, ou do seio da Europa. Muito bom isso de Boston ter ficado com o pescoço.

Fortificações foram construídas em volta do pescoço para proteger a cidade de um ataque por terra, como um colar pesado, ou um belo colar de cervical.

Quando o cerco de Boston começou, em 1775, o governador Gage ordenou que as fortificações fossem ampliadas e fortalecidas - o que ficou conhecido como "Linhas de Gage".

A partir do século 19, terra foi adicionada ao Pescoço de Boston, ampliando-o para permitir que a cidade crescesse - e, presumivelmente, para aliviar o tráfego dentro e fora da ilha, que Boston não corria mais o risco de sofrer um ataque do campo.

Revolução Americana - Locais (Boston) - The Liberty Tree "Árvore da Liberdade"



O primeiro protesto sobre a Lei do Selo aconteceu sob esta árvore, em agosto de 1765. Pouco depois, uma placa foi pregada na árvore chamando-a de "Árvore
 da Liberdade". Alguns dizem que o nome foi criado para desestimular a violência das multidões que se reuniam por lá, mas isso seria o mesmo que chamar um campo de batalha de Fazendinha Feliz e só cruzar os dedos. Eventualmente, um mastro foi instalado na árvore e a bandeira era hasteada para chamar as pessoas para reuniões.

Figuras impopulares eram enforcadas em efígie nos galhos da árvore. Os Filhos da Liberdade também costumavam fazer "Convocações" na árvore para supostos crimes (por exemplo, apoiar decretos britânicos impopulares, como a Lei do Selo).

A ideia pegou em outro lugar - outras cidades nomearam suas próprias árvores da liberdade, ou colocaram postes de liberdade. Em nova Iorque, havia uma constante luta entre os Filhos da Liberdade - que colocavam os postes - e as Autoridades Inglesas - que tiravam os postes, parecendo um casal nervoso discutindo sobre abaixar ou levantar o assento da privada.

Fiéis à tendência britânica de destruir qualquer coisa de os rebeldes gostavam, os soldados e legalistas cortaram essa árvore durante o cerco, em 1775. Ela foi usada como lenha, que estava em falta. A Boston de hoje em dia tem uma placa no que costumava ser o local da árvore, mas ela nunca foi replantada. Sustentabilidade ambiente para que, né.

Revolução Americana - Locais (Boston) - King's Chapel "A Capela do Rei"


O Rei James II ordenou a construção da Igreja Anglicana na década de 1680 porque ele era um rei e uma das regalias do seu trabalho era fazer tudo o que quisesse. No entanto, como Boston estava cheio de puritanos que vieram para o Novo Mundo justamente para fugir dos anglicanos, ninguém estava disposto a vender terras para a paróquia.

No final, o governador ordenou que a igreja fosse construída em cima do antigo cemitério público, partindo do princípio que os mortos não reclamariam - eles são muito complacentes. E a igreja está ali até hoje, como podem ver na imagem acima.

Depois da revolução, a igreja ficou conhecida por vários anos como "A Capela de Pedra" - Os reis não eram muito populares na época, e chamar uma capela de pedra de "A Capela de Pedra", foi a melhor ideia que alguém poderia ter tido naquele momento.

Revolução Americana - Locais (Boston) - Green Dragon Tavern "Taberna do Dragão Verde"


Esta taberna é, às vezes, chamada de "Quartel-general da Revolução", apesar de eu imaginar que eles pronunciavam "Quartéix da Revolusao", porque derrubar o governo em um bar é um trabalho que dá sede.

Era um lugar popular onde pessoas como Paul Revere e Samuel Adams sentavam com seus amigos e papeavam.

Até 1754 a taberna era propriedade de William Douglas. Quando ele morreu, seus bens foram deixados para sua filha. Catherine Kerr, e seu sobrinho, Cornelius Douglas. Eles dividiram a herança igualmente - e, ao que parece, ficaram bem famosos.

Os maçons compraram a taberna em 1766 e mudaram seu nome para "The Freemasons Arms", nome que não pegou, porque a placa acima ainda mostrava um dragão verde. (Maçons: a sociedade secreta que todo mundo conhece. "Vamos comprar um bar onde possamos nos encontrar em segredo e sem que ninguém jamais saiba!" - "Brilhante! Como devemos chamá-lo?" - "Que tal The Freemasons Arms").

Reza a lenda que a cavalgada de Paul Revere foi planejada aqui, mas isso é improvável. Em 1774, Revere já tinha sido avisado que os britânicos estavam ouvindo suas reuniões e, por isso, tinham parado de fazer Planos Supersecretos em público, onde todos pudessem ouvi-los.

Alguém diga aos Maçons. Você sabe onde encontra-los.

Revolução Americana - Locais (Boston) - Church Residence "Residência do Church"

Re-criação 3D da Residência de Benjamin Church

Essa casa foi construída em 1707 por um conhecido comerciante local chamado Robert Calef. Benjamin Church a comprou de seus herdeiros para usar como residência, em Boston. A clínica de Church ficava na rua Newbury, à distância de uma curta caminhada, assim a casa tinha uma localização ideal. Ficava também em uma parte boa da cidade - até mesmo na Boston colonial não era barato ter casas de dois andares com jardins cercados, e olha que elas não tinham nem TV a cabo.

Na verdade, considerando a localização, parece que a clinica de Church estava indo muito bem. Isso, ou ele tinha outra fonte de renda.

Revolução Americana - Locais (Nova Iorque) - Broadway

Imagem originalmente em preto e branco - colorida digitalmente.

Essa é uma das mais antigas ruas de Nova Iorque, se não for a mais antiga, já que suas anteriores até mesmo aos dias da Nova Amsterdã. Começou como o caminho de Wickquasgeck, usado pelos povos indígenas para cruzar a ilha de Manhattan. Foi transformada em rua pelos holandeses, que a chamaram de "BreedeWeg" - literalmente, "caminho largo".

Na Nova Iorque de hoje em dia, a rua começa no Bowling Green e percorre toda a ilha de Manhattan, passando pelo Distrito Financeiro, Times Square e Universidade de Columbia.

Claro que, na época que você a visita, a Broadway está no fim da cidade. O treco mais famoso da rua - Theatre District - ainda é deserto, então é mais fácil você tomar um tiro do que ver um musical.

Mas, em alguns casos, o tiro é melhor.

Revolução Americana - Locais (Nova Iorque) - HMS Jersey


Os britânicos prenderam tanta gente durante a Guerra da Revolução que, rapidamente, ficaram sem lugar para colocá-las. As prisões de Nova Iorque (como a Bridewell) estavam lotadas e os britânicos começaram a ocupar casas de açúcar e igrejas pró-rebeldes da cidade.

No porto, os navios de guerra desativados foram usados como navios-prisão, sendo o Jersey HMS o mais conhecido. O Jersey recebeu - e mereceu - o apelido de "inferno". Me pergunto se você consegue adivinhar o por quê. A condição embaixo dos deques (onde os prisioneiros eram mantidos) era de lotação máxima - mil homens amontoados, sem luz, saneamento básico ou ventilação adequada.

Cerca de uma dúzia de prisioneiros morriam todos os dias - fosse de varíola, febre amarela, desnutrição ou tortura dos guardas. Não vou nem começar a descrever a comida. Bem, está bem, vou começar... "não comestíveis" e "cheias de vermes". Mas não vou terminar.

Os britânicos achavam que os rebeldes eram traidores e não mereciam condições melhores.

Pelo menos 11.000 pessoas morreram a bordo dos navios-prisões - mais do que no restante da guerra. Depois que os britânicos deixaram Nova Iorque, a Marinha americana encontrou valas comuns na lama à beira do porto. Esses restos mortais foram colocados sob um monumento no Brooklyn, onde costumava ser o Fort Putnam.

Revolução Americana - Locais (Nova Iorque) - Prisão de Bridewell


Em 1773, a população carcerária da New Gaol estava ficando tão grande que a cidade começou a planejar uma nova prisão. Bridewell foi iniciada em 1773. A construção terminou e 1775, mas antes que pudesse ser usada, a guerra começou e os britânicos começaram a enchê-la com prisioneiros de guerra americanos.

As condições da prisão eram terríveis. Imagine um hotel com dinheiro e, em seguida, tire o dinheiro. Havia pouquíssima comida, e muito ruim. Não havia vidraças - apenas barras nas paredes. Um prisioneiro escreveu que nos três meses de inverno, o único fogo que ele viu foi dos lampiões, nas ruas. Isso foi antes dos nossos dois séculos e meio do aquecimento global, então você consegue imaginar o frio que fazia.

Quando a guerra acabou, a construção atendeu à sua utilidade inicial - encarcerar criminosos e devedores locais. Só espero que o novo governo tenha instalado janelas e dado um jeito na comida.

A prisão foi demolida em 1838 e as pedras foram usadas para construir uma nova prisão que recebeu o apelido de 'As Tumbas' - que não era tão glamurosa quanto parece. E, desde então, essa tem sido o nome de toda cadeia em Manhattan.

Revolução Americana - Locais (Outros) - Distritos Privados

Uma das questões que cerca a Revolução Americana é que as colônias não tinham representantes - e, portanto, nada a dizer - no Parlamento britânico.

Para piorar a situação, algumas partes do Reino Unido que não tinham moradores, tinham lugares no Parlamento. Isso significava que esses proprietários podiam dar ordens governamentais a quem bem entendessem. Essas áreas eram conhecidas como "distritos privados" (porque o proprietário o tinha só para ele) ou "distritos corruptos" (chega a ser divertido adivinhar o por quê).

Um dos piores exemplos era o distrito de Old Sarum, que não tinha eleitores, mas tinha dois lugares no Parlamento. No entanto, não era o único. Havia muitos distritos - em 1761, estima-se que 250 dos 558 distritos parlamentares estavam nesse tipo de situação - e o problema não foi corrigido até o século 19.

Sabe quando os Colonos reclamavam que o governo britânico era desmedidamente corrupto? Eles tinham razão.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Revolução Americana - Locais (Especial Naval) - Chesapeake Bay e Oceano Atlântico

Chesapeake Bay


Pintura da Batalha da Baía de Chesapeake

A Baía de Chesapeake corre ao longo das costas de Virgínia e Maryland. É uma das maiores baías dos Estados Unidos - mais de 300 quilômetros de extensão e até 40 quilômetros de largura - e o local do primeiro assentimento britânico permanentemente na América do Norte - Jamestown, fundado em 1607.

Todos os dias, às 16h07, tomo uma xícara de chá e penso nisso.

É também o local da Batalha do Chesapeake, uma das mais importantes Batalhas navais da Guerra da Revolução.

Oceano Atlântico






Claro, atravessar o Atlântico hoje em dia é tão fácil quanto viajar de avião, mas nos tempos coloniais era muito mais difícil - se bem que acho que a comida escassa, as condições de superlotação e o risco de sentar ao lado de um homem que fique de esfregando no seu braço por muitas horas fazem as duas coisas quase que iguais.
Para os viajantes europeus a viagem levava, sendo otimista, seis semanas - mas depensendo dos atrasos poderia durar meses. Os perigosos incluíram tempestades (e seu oposto, a calmaria) enjoos, escassez de comida e tédio mortal, porque não se tinha nada para fazer durante o dia inteiro.

Para os africanos capturados para a escravidão, a viagem pelo Atlântico era muito pior - era feita pela "passagem do meio", geralmente pelo Caribe. A viagem era tão longa quanto, mas os escravos eram mantidos abaixo do convés, raramente saiam ao ar livre, e ficavam algemados a outros homens. Eles recebiam apenas uma refeição por dia - e menos que isso, se os estoques estivessem acabando. As doenças atacavam rapidamente e a taxa de mortalidade era muito alta.

Jamais reclamarei novamente ao ser indevidamente revistado pelo segurança do aeroporto. Embora, para ser justo, agora somos bem amigos.

Revolução Americana - Locais (Boston) - Crown Coffee House "Casa de Café da Coroa"


O nome desse lugar é um pouco enganador. Reza a lenda que essa "casa de café" vendeu mais vinho do que café, porque o café ainda estava se tornando popular. Eu sei que é difícil imaginar um momento em que as pessoas não tomavam sua xícara ela manhã, mas acontecia.

Se formos pelo múmero de garrafas que tinham no estoque, esse foi um dos mais movimentados bares de Boston - provavelmente devido à sua localização. Se chegasse a Boston, de navio, em 1700 - e sejamos francos, ainda não existia avião - essa teria sido a primeira taberna que veria, e já que tabernas eram ótimos lugares para conseguir informações, você poderia muito bem parar aqui para beber e se atualizar nas notícias.

Revolução Americana - Locais (Boston) - Old Corner Book Store



No momento, não passa de uma botica, mas há algum tempo esse prédio foi a sede da Ticknor and Fields, principal editora americana da época. Isso pode soar um pouco chato, mas essa construção estará no centro da literatura e do pensamento americano. Autores como Henry Wadsworth Longfellow, Nathaniel Hawthrone, Harriet Beecher Stowe e, até mesmo, Charles Dickens, se encontravam aqui.

Claro que, dado o estado do seu conhecimento literário, é possível que você não saiba quem são essas pessoas. Eu poderia ter citado nomes como Minty Clitheroe e Pippy Bumbum e você ainda ficaria impressionado.

Revolução Americana - Eventos (Boston) - Massacre Boston

DATA: 5 DE MARÇO DE 1770




O Massacre de Boston foi o cume de algumas brigas entre os soldados ingleses e o povo de Boston. Um grupo de soldados ingleses atirou em uma multidão à queima-roupa, matando 5.

A realidade não incrimina tanto os ingleses quanto parece. O que começou como uma discussão sobre a conta de um fabricante de perucas (por incrível que pareça) se transformou em um tumulto. Centenas de cidadãos de Boston encurralaram 8 soldados ingleses por horas. No final, muitos estavam segurando paus, jogando pedras e provocando os soldados para que atirassem.

O Capitão Thomas Preston era o encarregado pelos soldados e tentou resolver a situação conversando com a multidão. Eles perguntaram se as armas de seus soldados estavam carregadas, ele admitiu que sim, mas que seria absurdo ordenar que atirassem, já que no momento ele estava na frente deles.

Somente quando um dos soldados foi atingido por uma pedra que o obrigou a largar seu mosquete, os soldados atiraram no povo, contra as ordens de Preston, que depois testemunhou que nunca deu ordens para atirarem (talvez seus homens tenham confundido as provocações da multidão com uma ordem, vamos ser sinceros, imagina a barulheira).

Os soldados foram presos e acusados de assassinado. Seis foram absolvidos, incluindo Thomas Preston. Os outros dois homens foram considerados culpados de homicídio culposo, mas tiveram seus dedões marcados a ferro quente em vez de senteça comum, que era a morte.

Um fato interessante sobre o massacre é o que aconteceu depois, eu seja, como os dois lados tentaram invertê-lo a seu favor. Para você ter ideia de quem ganhou esta guerra de relações públicas específica, lembre-se que a maioria das pessoas a chamam de "Massacre". Os revolucionários a descreviam como um ataque às liberdades Coloniais e as imagens do evendo (popularizadas por Paul Revere), mostravam uma tropa inglesa organizada atirando no povo e não um grupo confuso de soldados encurralado por uma multidão protestante.

Os ingleses, por outro lado, chamavam o evento de "O Incidente na Rua King". Ingleses ficam naturalmente calmos em crises, diferente de certos países que insistem em transformar confrontos pequenos em um circo de três picadeiros.

De qualquer forma, o fabricante de perucas abaixou seus preços e o incidente nunca mais aconteceu.

Considero uma vitória para os carecas.



















Revolução Americana - Eventos - Acordo de Buttonwood

DATA: ASSINADO EM 1792



O acordo de Buttonwood é o percursor da Bolsa de valores de Nova Iorque. Ele foi assinado em 1792 em Wall Street sob essa figueira. Que sorte não era um Salgueiro-Chorão, esse não seria um nome muito digno.

O acordo em si é bastante simples - 24 mercadores locais concordaram que negociaram apenas uns com os outros e que eles recebiam uma comissão de 0,25% sobre tudo que negociavam.

E caso você esteja pensando que em 1792 era cedo demais para haver ações para serem negociadas, não era. As primeiras apólices de guerra foram emitidas por Alexander Hamilton em 1790, dois anos antes, então você está errado e deveria guardar suas opiniões para si.

Revolução Americana - Eventos - Dia da Evacuação (Nova Iorque)

DATA: 25 DE NOVEMBRO DE 1783





O Dia da Evacuação foi o dia em que as tropas britânicas partiram de Nova Iorque, no final da Revolução Americana. (Não deve ser confundido com o Dia da Evacuação em Massachusetts, onde os britânicos partiram de Boston Harbour, perto do início da Revolução).

Quando o Tratado de Paris encerrou formalmente a guerra, no início de setembro, os britânicos levaram um tempo até arrumar seus pertences e deixar sua fortaleza em Nova Iorque - principalmente porque muitos legalistas tiveram a súbita necessidade de deixar o país, assim, havia mais pessoas a serem transportadas do que o inicialmente previsto. Além disso, provavelmente queriam passar um tempo no Duty Free.

Claro, os ingleses são conhecidos por serem brincalhões, então não conseguiram resistir a dar alguns tiros amigáveis de despedida. Antes da partida, os soldados cravaram uma bandeira britânica em um mastro no Bowling Green - e untaram o mastro.

Destemidos, os americanos pregaram espetos para ajudá-los subir, conseguindo hastear sua bandeira antes que a frota britânica sumisse de vista. Depois disso, escalar um mastro de bandeira e untá-lo para derrubar a bandeira inglesa se tornou parte das festividades do Dia da Evacuação em Nova Iorque - isso  prova que os americanos precisam de passatempos melhores.

O outro tiro dos britânicos foi pra valer - um navio britânico disparou uma bala de canhão, em Staten Island, em direção à multidão que zombava da partida da frota. Ninguém ficou ferido - a bola rolou para baixo da terra - mas, às vezes, esse é considerado o último tiro da Revolução Americana.

O Dia da Evacuação não é mais muito comemorado - caiu em desgraça quando o dia de Ação de Graças foi transferido para o final de novembro, em 1863.

Revolução Americana - Eventos (Boston) - Festa do Chá de Boston

DATA: 16 DE DEZEMBRO DE 1773


Este foi um dos principais eventos que resultaram na Revolução Americana. Manifestantes (alguns vestidos em roupas falsas de nativos), embarcaram em 3 navios atracados no Porto de Boston e jogaram seus carregamentos de chá no mar para protestar contra os impostos ingleses. Jogar chá no porto provavelmente quebrou o recorde mundial da maior xícara de chá já feita, mas se há uma coisa que com certeza irrita os bretões é o desperdício desnecessário de chá em perfeito estado.

Então, parece simples, mas o começo foi um pouco mais complexo. A Companhia das Índias Orientais na verdade queria vender o chá para todas as colônias com preço reduzido para impulsionar seus lucros em decadência. Entretanto, os impostos sobre o chá teriam que ser pagos aos ingleses no momento em que o chá fosse descarregado no Porto de Boston. Há muito que os Colonos não achavam correto ter de pagar impostos aos ingleses por não terem representantes no parlamento inglês. Oferecer chá com desconto enquanto recebiam o imposto era considerado pelos Colonos como um truque para que concordassem com a autoridade do parlamento sobre eles.

Os manifestantes queriam mandar os navios carregados de chá de volta para Nova Iorque e Filadélfia, se isso tivesse acontecido em Boston, o problema estaria resolvido. Infelizmente, o governador de Boston não queria deixar os navios de chá partirem depois de terem entrado no porto. Provavelmente achou que o povo acabaria mudando de ideia e pagando o imposto, pois todos gostam de uma negociação, mas isso nunca aconteceu. Na verdade, as manifestações ficaram cada vez maiores até que houve uma reunião na Old South Meeting House. Um grupo se separou da multidão e derramou o chá resolvendo o impasse, mas causando desperdício.

(Tremi só de escrever isso)

Os ingleses reagiram ao protesto mandando tropas inglesas sob o comando de Thomas Gage para ocupar a cidade. Eles também fecharam p Porto de Boston como parte de algumas leis criadas para punir os Colonos que foram chamadas de "Leis Coercivas". E é claro, os Colonos não ficaram nada felizes com as leis, o que resultou diretamente na deflagração da Revolução.

Chá é negócio sério.

Revolução Americana - Eventos - Lei do Chá (Resumo)

Sem imagem, afinal não tem como ilustrar uma lei, seu imbecil.

A Lei do Chá foi aprovada em 1773. Ela tornava o chá muito mais barato, até mesmo mais barato que o chá que os Colonos estavam contrabandeando dos Holandeses (para não pagar impostos ingleses).

O problema era que, mesmo com os preços mais baratos, o governo inglês ainda estava coletando impostos sobre o chá. Ou seja: comprar o chá iria contra a postura das colonias de "nenhuma cobrança de impostos sem representação".

A tática foi considerada como (e provavelmente era) a tentativa dissimulada do Parlamento de fazer as colônias concordarem inconscientemente com um imposto, na esperança de implantar outros. Os Colonos não caíram nessa e as tentativas de forçar o descarregamento de chá da Índia Oriental em Boston causou a Festa do Chá, provavelmente a pior festa de chá de todos os tempos.

Nem serviram nada. Como um bando de selvagens.